Maeda no Brasil
MITSUYO MAEDA NO BRASIL E O EMBRIÃO DO
JIU-JITSU BRASILEIRO
Por: Luiz Otavio B. Laydner
Ver 2.0
22/6/13
INTRODUÇÃO
Era novembro de 1993 quando Royce Gracie entrou no octógono pela primeira vez. Naquele momento, pouquíssimas pessoas sabiam que nas horas seguintes o mundo iria tomar conhecimento do resultado de um processo que se iniciara exatos 88 anos antes, mais especificamente ao final de 1905 em Nova
York, quando Mitsuyo Maeda e Tsunejiro Tomita se viram pela última vez. A separação entre ambos, seja qualquer que tenha sido sua motivação, iniciava um processo se divergência incipiente, porém crescente, que culminaria décadas depois no que chamamos hoje em dia de jiu-jitsu brasileiro. Um vasto campo de estudo atualmente é a busca pelo entendimento de como esse processo se deu e, sobretudo em que estágio de desenvolvimento estava quando o “bastão” foi passado de Maeda para os Gracies ao final da década de 10. Esse texto não objetiva uma resposta definitiva a essa pergunta, mas pretende simplesmente descrever e interpretar alguns fatos, sob uma ótica estritamente técnica. Para isso nos concentraremos em uma parte das viagens do Conde Koma pouco conhecida e narrada até hoje.
Utilizaremos como base de nossa análise o período que vai da chegada de Maeda e sua trupe ao Brasil, quase certamente em setembro de 1914 (e não em novembro como geralmente aceito), suas peripécias por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco até sua chegara a Belém do Pará em outubro do ano seguinte. Decidimos parar em Belém por ser sua história a partir de então extensivamente narrada em diversas crônicas bastante bem detalhadas. O objetivo primário a ser atingido, como mencionado, é tentarmos entender de um ponto de vista técnico, o que era (técnica e filosoficamente) nesse estágio a arte que ele praticava. Se no final da leitura na opinião do leitor esse objetivo não tiver sido atingido, já ficaremos bastante satisfeito se a