Madrinha
Segue o lindo texto:
"Meu nome é Rebeca. Meus pais me chamam de Beca, meus amigos de Rebs, e por aí vai. Gosto demais do meu nome, mas a verdade é que, de uns tempos pra cá, gosto mesmo é de ser chamada de “ti”, forma simples e não exclusiva como meu sobrinho Daniel me chama.
Soube que minha irmã estava grávida quando eu estava no trabalho, e a emoção foi tão grande que eu sequer consegui esconder dos meus colegas. É claro que eu não sabia muito bem o que esperar, mas a ideia de ter um bebê assim tão perto, fruto de alguém que eu amo tanto, foi, no mínimo, fascinante.
Várias vezes fiquei pensando em como seriam os olhos, como seria o cabelo, o rostinho, todas essas coisas, como se meu ele fosse, mas estivesse na barriga da minha irmã. Comprei mais presentes do que deveria e saí como louca para o shopping quando minha irmã, em um ligeiro surto de gravidez, ligou desesperada dizendo que o filho dela não tinha roupa suficiente pra usar. E então ele chegou. Impossível não achá-lo lindo, a coisa mais linda do mundo! Toda oportunidade que eu tinha, ia lá visitá-lo, nem que fosse para ficar olhando-o enquanto dormia. E à medida em que ele foi crescendo, foi ficando cada vez mais interessante. Era uma delícia fazê-lo dormir cantando rock, vê-lo sorrindo para mim quando fazia alguma gracinha, desafiá-lo a engatinhar e andar, tudo foi e é absolutamente maravilhoso. Agora, por exemplo, toda vez que ele fala “bola”, “carro” e “Piaf” eu sinceramente acho que ele é a criança mais inteligente de todo o universo. Penso que poucas mulheres tem o privilégio de experimentar o que eu chamo de “amor de tia”. Aquele que você sente antes de ser mãe, quando se depara com uma cópia de alguém que você ama muito, reproduzida em tamanho mini e que exige