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3691 palavras
15 páginas
MACHADO DE ASSISO REALISMO MACHADIANO
Embora seja realista, Machado extrapolou os pressupostos mais caros à estética.
Seu realismo se configura na abordagem de situações que guardam estreita relação com a realidade.
A maneira, entretanto, como aborda aponta para uma estrutura que foge às características realistas-naturalistas.
Machado enceta várias inovações estruturais que, em alguns casos, chegam antecipar características modernistas. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, o narrador é um defunto-autor, o que quebra a verossimilhança.
Em Dom Casmurro, o narrador quer provar a culpabilidade da esposa, através de argumentos de natureza subjetiva.
Em contos, como Uns braços e Missa do galo, a temática é intensamente psicológica, porque toda a trama está centrada nas sensações interiores das personagens.
Os pressupostos cientificistas, tão em moda na época, são ironizados em várias de suas narrativas, mas aparecem com mais contundência em o Alienista.
AS DUAS FASES
MACHADIANAS
A produção romanesca de Machado de Assis, de acordo com a crítica, é dividida em duas fases: uma romântica e outra realista.
Na fase romântica, destacam-se romances como A Mão e a Luva,
Helena, Ressurreição, e Iaiá Garcia, e alguns contos, como Miss
Dolar.
A chamada fase realista, a mais substancial de sua produção, engloba romances e contos, em que se destacam:
Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro,
Esaú e Jacó e Memorial de Aires, romances, e os contos O Alienista,
A Cartomante, Uns braços, O Enfermeiro e Missa do galo.
A FASE ROMÂNTICA
Os romances da fase romântica apresentam ainda um enredo com estrutura de folhetim, em que a trama parece ser o elemento fundamental, a exemplo do que acontecia com o romance romântico.
Entretanto, já é possível perceber a propensão machadiana para esboçar o caráter das personagens, através de um enredo em que se evidencia ações embasadas no interesse e em conflitos psicológicos.
A temática do amor