Língua, fala e enunciação - mikhael baktin

1932 palavras 8 páginas
Universidade Presbiteriana Mackenzie

Língua, fala e enunciação.

Mikhail Bakhtin

• O capítulo dedica-se a uma análise crítica às duas orientações do pensamento filosófico-linguístico: subjetivismo individualista e objetivismo abstrato. • O autor inicia analisando o objetivismo abstrato. “Os representantes dessa orientação acentuam constantemente que o sistema lingüístico constitui um fato objetivo externo à consciência individual, e do ponto de vista dela, que a língua apresenta como sistema de normas rígidas e imutáveis. Na verdade, se fizermos abstração da consciência individual subjetiva e lançarmos sobre a língua um olhar verdadeiramente objetivo...não encontraremos nenhum indício de um sistema de normas imutáveis. Pelo contrário, depararemos com a evolução ininterrupta das normas da língua”. • Ao analisar os pontos de vista diacrônico e sincrônico sobre a língua. “podemos admitir que no momento em que César escrevia suas obras, a língua latina constituía para ele um sistema imutável e incontestável de normas fixas; mas, para o historiador da língua latina, naquele mesmo momento em que César escrevia, produzia-se um processo contínuo de transformação lingüística”. Portanto, todo sistema de normas sociais encontra-se numa posição analógica. • As normas variam, mas, enquanto norma, a natureza de sua existência permanece a mesma; só existem relativamente à consciência subjetiva dos indivíduos de uma dada comunidade. “Exprime-se uma relação perfeitamente objetiva quando se diz que a língua constitui, relativamente à consciência individual, um sistema de normas imutáveis, que este é o modo de existência da língua para todo membro de uma comunidade lingüística dada”. • “A maioria dos partidários do objetivismo abstrato tende a afirmar a realidade e a objetividade imediata da língua como sistema de formas normativas. • Contrariando a teoria do objetivismo abstrato, Bakhtin afirma que “a consciência subjetiva do locutor não se

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