Lygya clark
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OS OBJETOS DE LYGYA CLARK E OS OBJETOS TRANSICIONAIS DE DONALD WINNICOTT : ALGUMAS INTERFACES. ( resumo exclusivamente para circulação em Seminário )J. Outeiral
If you hold a stone
Hold it in your hand
If you feel the weight
You´ll never be late to understand letra de música de Caetano Veloso dedicada a Lygia Clark escrita durante o exílio na Europa, em 1970
Nunca trate um psicótico como um louco, mas sim como um artista sem a obra de arte.
Lygia Clark, carta a Guy Beret em 14 de outubro de 1943
Manuel J. Borja-Villel , crítico de arte, escreveu ( Borja-Villel, 1999, pg. 14 ) o seguinte sobre a obra de Lygia Clark:
...Lygia buscou a iminência do ato e a não separação do sujeito e do objeto. Rejeitou a definição de artista como demiurgo distanciado do espectador que, diante da obra como representação das necessidades poéticas que ele mesmo é incapaz de comunicar, se mantém numa completa passividade. Entregou, pelo contrário, a autoria da obra ao espectador para que ele deixasse de se comportar como tal, redescobrisse sua própria poética e se convertesse no sujeito de sua própria experiência. Suas obras perderam o caráter objetual e se converteram em propostas. Seus objetos deixaram de ter valor em si mesmos; só tinham sentido na medida em que eram “ participados “ pelo sujeito, como objetos transicionais que permitem estabelecer relações entre o indivíduo e os outros ou do indivíduo consigo mesmo.
Minha questão, despertada pelo contato com a obra de Lygia Clark ( nascida em Belo Horizonte em 1920 e falecida no Rio de Janeiro em 1988 ), foi considerar que talvez exista uma interface significativa entre seus objetos, que ela denominou de objetos relacionais e os objetos transicionais de Donald Winnicott, e que talvez valha a pena nos aventurarmos neste sentido, se a alma não for pequena e a curiosidade e o humor forem suficientes...