Lumierres

A independência é nossa! Pouco antes das nove horas da manhã, 120 pessoas deslocaram-se ao Paço da Ribeira, tiros foram disparados e assim se deu início à revolta. Ao que tudo indica esta revolta foi organizada por um grupo de nobres em Lisboa que se encontravam descontentes com várias medidas do reinado Filipino (onde se inclui o elevado valor dos impostos, a utilização de tropas e embarcações portuguesas para o combate a inimigos dos espanhóis e ainda a entrega de cargos da nossa administração a espanhóis) e o incumprimento de outras promessas feitas nas cortes de Tomar em 1581. Os nobres, que se conhecem agora como “Os Conjurados”, aproveitaram a ausência da corte em Lisboa para invadir de surpresa o Palácio Real. A duquesa de Mântua e o secretário de Estado, Miguel Vasconcelos, encontravam-se no palácio e enquanto Vasconcelos foi morto e atirado de uma janela para que todos pudessem ver é relatado que a duquesa se escondeu num armário. A independência foi então proclamada e pretende-se que D. João, duque de Bragança, neto de D. Catarina (candidata ao trono em 1580) ocupe agora o trono. Se tal se verificar, D. João será o nosso vigésimo rei. É de recordar que cerca de 3 anos antes (1637) em Évora já tinha existido uma tentativa de revolta. Os ditos revoltosos faziam circular panfletos, assinados com o nome “Manuelinho” ( o nome de um doido conhecido da cidade) e as ideias revolucionárias espalharam-se rapidamente pelas regiões do Alentejo e do Algarve contudo a dita tentativa não teve um final feliz uma vez que os Espanhóis usaram a força para lhe por fim.