Lucas carvalho de freitas
2483 palavras
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1. INTRODUÇÃO A crescente restrição ao uso de ecossistemas inalterados para a implantação de pastagens e o grande aumento nas áreas de pastagens degradadas, em formações vegetacionais como florestas e cerrado, por exemplo, têm causado mudanças no uso da terra no Brasil. Assim, maior atenção tem sido dada à busca de estratégias que mantenham a capacidade produtiva do solo, que incorporem as áreas já alteradas (e degradadas) ao processo produtivo e que diminuam desmatamentos (Dias Filho, 2005). Dentro desse contexto, a implantação de sistemas silvipastoris (SSP) é constantemente citada como opção ambientalmente mais aceitável para o estabelecimento de novas pastagens, ou para a recuperação de pastagens degradadas (Paciullo et al. 2006). Diversos benefícios ambientais, em escala local e global, têm sido atribuídos aos SSP. Dentre esses benefícios se destacam a conservação do solo e dos recursos hídricos, a promoção do seqüestro de carbono e o aumento da biodiversidade. Em função disso, os SSP são apontados como a solução para muitos dos problemas inerentes a pastagens, principalmente aqueles de cunho ambiental (DIAS FILHO; FERREIRA, 2007). Outra vantagem do sistema é a fixação da atividade agrícola em um mesmo local, o que não é possível no modelo tradicional, em que, por conta do esgotamento do solo, a rotação entre as terras é intensa, promovendo a degradação de territórios cada vez maiores. Além das perdas da biodiversidade vegetal e da fauna, o sistema tradicional promove grandes perdas do solo e o assoreamento dos cursos d'água. De acordo com João Ambrósio, só a erosão faz com que se percam cerca de 100 toneladas de solo por hectare ao ano no Ceará (FREIRE, 2006). Para reverter este quadro de degradação, o Sistema de Produção Agrossilvipastoril copia ao máximo a natureza, preservando árvores, mantendo reservas de floresta nas propriedades e a mata ciliar dos cursos d'água. Nele, as árvores e arbustos são associados à agricultura e pecuária numa mesma