Logistica
ANA LUCIA AP P MACEDO
RA 29975
TV GLOBALIZADA
A globalização da cultura e da economia das últimas décadas tem sido objeto de intenso debate. Tem-se apontado com freqüência os processos mundiais que transcendem grupos, classes sociais e nações e que constituem uma nova era de interdependência e transformações (Harvey1989, Ortiz 1994).
As comunicações (telecomunicação, radiodifusão e informática) se destacam como um dos centros mais dinâmicos destas mudanças, compondo o setor da economia internacionalizada que mais cresce no final deste milênio (Lima 1997). O surgimento de novas tecnologias, principalmente as TVs por assinatura, tem sido interpretado como uma ruptura das formas tradicionais de comunicação, como o rádio e a televisão tradicional ou “aberta”2.
Segundo alguns autores, o Brasil estaria diante de um processo de queda irreversível de influência e dos índices de audiência das redes de televisão - da Globo em particular - seguindo o padrão de mudança que teria sido supostamente estabelecido nos Estados Unidos (Squirra 1995,Duarte 1996, Hoineff 1996).
Entretanto, o processo de globalização não se desenvolve de forma homogênea em todas as partes do globo. Não estamos diante apenas de importantes e irreversíveis processos de mudança, mas também de continuidade e agravamento de antigas tendências. Pouca atenção tem sido dada às diferentes formas de manifestação dos processos de globalização, principalmente em sociedades periféricas e desiguais como a brasileira. Deste modo, as novas tecnologias tendem a ser analisadas sem uma consideração mais cautelosa dos diferentes contextos econômicos, sociais e políticos nos quais elas funcionam.
No caso brasileiro, o debate sobre as conseqüências do processo de globalização no campo dos meios de comunicação tem sido marcado pela desconsideração das peculiaridades de nossa sociedade. Uma forte ênfase tem sido dada ao impacto da implantação das “TVs pagas” (a cabo e por satélite), ignorando-se ou relegando