Panarello se defende das acusações surgidas na CPI, inclusive a de que seria uma espécie de laranja do empresário Pedro Paulo de Souza, da falida Encol: “Meus únicos sócios são minha mulher e meu filho”. Para ele, a Panarello seria, em vez de sonegadora, uma das maiores contribuintes do Fisco. “Nos últimos seis anos, recolhemos mais de 700 milhões de reais de impostos”, afirma. Da mesma forma, ele rejeita a acusação do deputado Tuma. “Pretender que somos receptadores é um absurdo”, diz. Panarello admite a autuação da Receita Federal, com ressalvas: “Fomos multados por erros, omissões e por diferenças de interpretação, não por sonegação”. De acordo com Panarello, a multa foi reduzida dos 110 milhões para 30 milhões de reais. Caso aderisse aos Refis, a Panarello poderia pagá-la em 20 anos. Preferiu um prazo de cinco para se ver livre de uma vez por todas do assunto. “Se devíamos alguma coisa, agora não devemos mais”, diz.É pouco provável que a Panarello venha a se meter em novas confusões. Na empresa, os medicamentos já recebem um selo de segurança que avaria a embalagem caso se tente retirá-lo. Isso os identifica como sendo da Panarello. Todos os lotes são registrados em computador. Assim é possível saber quando e para quem foram vendidos. Seus caminhões e peruas de entrega são monitorados por satélite e rádio e são seguidos por escoltas armadas. Só isso, no entanto, não bastaria para lhe dar visibilidade e transparência. Outra providência foi contratar a Pricewaterhousecoopers, que auditará seu balanço. A Price também traçou um plano para profissionalizar a empresa – seis diretores foram contratados no mercado, no ano passado. Mais: o Panarello encomendou a SAP o software de gestão R3, em fase final de implantação. 9
“Agora teremos uma linguagem única e integração total”, diz o filho Alexandre, 24 anos, superintendente da empresa. “A administração será mais transparente, pois no R3 nada se faz sem documentação.”
O software de