logistica
Autor:
Pedro de Azevedo Nunes
Especialista em Cardiologia e Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Cardiologista do Hospital Sírio Libanês
Última revisão: 30/11/2008
Comentários de assinantes: 0
Introdução E DEFINIÇÕES
As cardiopatias valvares, ou simplesmente valvopatias, são condições de apresentação clínica bastante variável. Muitos pacientes apresentam-se assintomáticos por décadas, enquanto outros exibem sintomas fulminantes deinsuficiência cardíaca, justificando até intervenções cirúrgicas de emergência.
Discutiremos separadamente cada uma das diferentes valvopatias mais comuns no adulto, mas antes cabem alguns comentários gerais. Daremos ênfase ao reconhecimento das situações em que procedimentos diagnósticos invasivos ou cirurgia cardíaca estejam indicados, por modificarem a morbimortalidade de forma significativa. Vale ressaltar que existe carência de estudos clínicos de qualidade na área de valvopatias. Portanto, muitas condutas aqui sugeridas seguem as opiniões de especialistas brasileiros e internacionais (nível de evidência C). Todas as condutas devem ser particularizadas, considerando a experiência clínica e cirúrgica do serviço, a disponibilidade de recursos diagnósticos, bem como as características dos pacientes, sobretudo em relação a etiologia, idade e existência de comorbidades. Estenose Valvar Aórtica
A estenose valvar aórtica (EAo) evolui de forma assintomática por um período em geral longo (décadas). No seguimento clínico dos portadores de EAo são importantes alguns conceitos hemodinâmicos. Quando aqui nos referirmos a EAo grave, não consideramos os sintomas, mas sim alguns parâmetros hemodinâmicos específicos: gradiente transvalvar aórtico, área de abertura da valva aórtica e velocidade do jato aórtico (tabela 1). Tabela 1. Gravidade da Estenose Aórtica Velocidade do jato aórtico, m/seg
Gradiente médio, mmHg
Área valvar, cm2
Normal
40
< 1,0
Adaptado de J