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Santa qualidade total!
Suzana Naiditch, de
Até o início da década de 90 era o caos. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - um complexo quase bicentenário de seis hospitais filantrópicos com as mais variadas especialidades médicas - era deficitária, e seus serviços, ruins. A instituição dependia quase integralmente do Sistema Único de Saúde (SUS) e de bancos dos quais tomava dinheiro. "Estávamos sangrando", diz Olímpio Dalmagro, diretor-geral da Santa Casa. Com a chegada da gestão da qualidade total - um conceito nada novo, mas que ainda revoluciona empresas em todo o país - isso mudou. Mudou muito.
Em 1993, os diretores da Santa Casa aderiram ao Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade. O PGQP, criado um ano antes, virou modelo nacional e fez com que o Rio Grande do Sul fosse reconhecido como o Estado que mais avançou na aplicação das técnicas da qualidade total. (O programa gaúcho tem, inclusive, certificação
ISO 9002.) Mais de 5 000 organizações de todos os tipos fazem parte do PGQP - são hospitais, escolas públicas, oficinas mecânicas, organizações não governamentais, lojas, indústrias. Entre os participantes do programa, é possível que a maior referência, hoje, seja a Santa Casa.
A partir da entrada no PGQP, os conceitos de qualidade total foram disseminados entre os 5 000 funcionários e mais de 900 médicos do complexo hospitalar. Seus profissionais definiram uma visão estratégica, uma missão, princípios e valores. Todo o planejamento estratégico foi elaborado com base numa minuciosa análise de mercado e dos pontos fortes e fracos da, digamos, empresa. Também foi estabelecida uma meta: até 2000, a Santa Casa seria uma organização líder, competitiva e com excelência de serviços. "Para ter instalações modernas e tecnologia adequada e, com isso, atrair novos clientes, precisávamos criar capacidade para retomar os investimentos", diz
Dalmagro.
Atualmente 70% dos pacientes atendidos pelos hospitais vêm do SUS,