Logistica no Brasil
O Brasil tem tudo para se consolidar como um ambiente diferenciado para projetos logísticos, uma vez que é um terreno fértil para o desenvolvimento da infraestrutura logística. São evidentes as demandas de melhorias de todos os modais de transportes e do sistema portuário, além da necessidade de maior abrangência, complexidade e amplitude espacial da rede de armazenagem.
Porém, os atuais níveis de recursos destinados a tais projetos são muito inferiores ao que se considera satisfatório, sendo que diversos estudos indicam que é preciso multiplicar por dez os atuais patamares de investimentos na macrologística. A urgência na elevação dos níveis de recursos não significa somente atendimento às demandas atuais, mas também uma preparação para o crescimento pós-crise para que se evitem constrangimentos no escoamento de bens e serviços, principalmente no que tange ao mercado global.
Desde o século XIX, o País busca consolidar investimentos que possam garantir corredores de transporte eficientes, matriz energética diversificada e aproveitamento do potencial portuário. No entanto, mesmo com diferentes esforços institucionais, a maioria dos programas não atingiu seus objetivos iniciais básicos, especialmente devido à constante falta de recursos para a construção e a manutenção de tais projetos sob a ótica de processos sustentáveis no longo prazo.
Além disso, o fim dos grandes planos de investimentos em infraestrutura logística geralmente se deu por meio de interesses políticos, independente desta ou daquela frente político-administrativa. Contudo, faz parte da tradição brasileira politizar ideologicamente os projetos de infraestrutura, como ocorreu, por exemplo, com os projetos ferroviários dos séculos XIX e XX que se viram abandonados pela predominância da ideologia a favor das rodovias, com a gestão portuária dominada por uma ideologia político-regionalista cujos danos são sentidos até hoje; ou,