Mestre
3.1 GESTÃO DA CLÍNICA
A gestão da clínica pode ser compreendida como a aplicação de tecnologias de microgestãodos serviços de saúde com a finalidade de assegurar padrões clínicos ótimos, de aumentar a eficiência, de diminuir os riscos para os usuários e para os profissionais, de prestar serviços efetivos e de melhorar a qualidade da atenção à saúde (MENDES, 2001 apud GRABOIS, 2011).
A gestão da clínica constitui-se das tecnologias sanitárias que partem das tecnologias-mãe, as diretrizes clínicas, para, a partir delas, desenvolver as tecnologias de gestão da condição de saúde, de gestão de caso, de auditoria clínica e de listas de espera (MENDES, 2012) (figura 01).
A qualidade de um serviço de atenção teria três componentes em sua determinação: excelência técnico-científica, qualidade da relação entre profissionais e pacientes e aspectos de organização e distribuição de recursos. A excelência técnico-científica corresponderia ao que alguns autores descrevem como fazer a coisa certa de modo certo (exemplo: utilização das diretrizes clínicas). A qualidade da relação com o paciente estaria diretamente ligada à empatia com o paciente e seu sofrimento, respeitando suas preferências e valores (exemplo: realização do acolhimento em uma unidade de saúde). O terceiro componente é relacionado à forma como as organizações desenham a oferta de cuidados em um contexto de limitação de recursos, de forma a otimizá-los, melhorando o acesso, a prontidão e reduzindo o retrabalho (exemplo: implementação da dose unitária em hospitais) (GABROIS, 2011).
Esforços para garantir qualidade devem prevenir ou, alternativamente, detectar e superar três problemas: (a) superutilização de serviços desnecessários ou inapropriados; (b) subutilização de serviços necessários; e (c) desempenho ruim em termos técnicos e interpessoais (GABROIS, 2011).
Teremos obtido um cuidado com qualidade se não houver dano ao paciente, se utilizarmos a melhor evidência científica,