Livros ao longo dos tempos
Tratava-se, obviamente, de um material dispendioso, o que levava, com muita frequência, à sua reutilização – encontramos com relativa frequência pergaminhos que foram apagados e escritos de novo, os palimpsestos, ou códices reescritos. O pergaminho original era lavado ou raspado com pedra pomes. Em linguagem atual, diríamos que era “reciclado”.
A forma dos livros em rolo manteve-se até ao Baixo Império Romano, altura em que começaram a surgir as primeiras compilações de leis em forma de codex (códice ou código), a forma que o livro hoje tem, a que os Romanos chamavam liber quadratus. A Idade Média seria o grande tempo do livro manuscrito, desde os breviários aos romances de cavalaria, das bíblias às crónicas, das hagiografias aos belíssimos livros de horas iluminados. Graças às bibliotecas monásticas foram preservados os autores da Antiguidade Clássica e os pensadores cristãos.
Também na América pré-colombiana existem exemplos de belíssimos códices iluminados, principalmente de origem maia e asteca, indispensáveis para o estudo da religião, do pensamento ou do conhecimento pré-científico destes povos.
Todavia, a maior revolução sofrida pelo livro resultaria da conjugação de duas extraordinárias inovações: o papel (trazido da China pelos Árabes e difundido na Europa sobretudo a partir do século XIV) e a imprensa. Embora os Chineses já utilizassem formas embrionárias de imprensa, como a xilografia, seria apenas nos meados do século XV que este prodigioso invento teria verdadeiro sucesso, quando o alemão Johannes Gutenberg começou a utilizar carateres ou tipos móveis. Os incunábulos tinham,