livro de literatura

4935 palavras 20 páginas
Faltavam apenas sete dias, e todos já esperavam ansiosos pelo evento. Toda a nobreza real estava convidada para, no dia 2 de dezembro de 1863, comparecerem a tão esperada festa de inauguração do observatório astronômico, criado por Dom Pedro II. Aproveitando a ocasião, seria comemorado o aniversário do próprio imperador, construtor da grande obra.
Os dias passaram rápido, mas por sorte (ou por muito esforço dos que trabalhavam nele), foi declarado o término do observatório a tempo para sua inauguração, que seria no dia seguinte. Dom Pedro escolhia as roupas que usaria, e pedia à sua filha, a princesa Isabel, para que usasse seu vestido mais belo, junto de seu “sapato de cristal”. Um sapato revestido com pedrinhas de diamante, que a jovem nunca tinha usado por falta de ocasião. Era um presente do pai, e ela disse que usaria com o maior prazer.
Amanhecia o grande dia. O evento seria à noite, por volta das vinte horas. A Princesa não estava nem um pouco empolgada para a festa, ainda mais que teria de usar aquele “sapato de cristal”, que particularmente, não achava nem um pouco confortável.
O dia era ensolarado, nem muito quente, nem muito frio. Isabel levantou relativamente cedo, com o objetivo de encontrar seu pai e dar-lhe os parabéns antes dele começar sua correria de sempre. Porém, para sua decepção, seu pai já não se encontrava mais em casa.
O salão onde ocorreria a festa ficava do lado do observatório, e foi muito bem projetado por dois irmãos. Um deles era arquiteto, e o outro engenheiro. Os dois eram excelentes profissionais que vinham fazendo sucesso, principalmente na Inglaterra (país onde nasceram e vivem). O que há de mais avançado em termos tecnológicos no salão é a iluminação. Feita por um sistema de ductos nas paredes, que transportam gás. O gás é liberado e queimado em diferentes pontos do salão, dando uma iluminação muito melhor que as velas, geralmente usadas para festas. Neste sistema é possível controlar a intensidade da luz, variando de mais

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