LITIASE RENAL TRABALHO
A nefrolitíase constitui uma das doenças urológicas mais comuns. Em países industrializados, até 12% dos homens e 7% das mulheres apresentarão litíase do trato urinário ao longo da vida, com taxas de recorrência de até 50%. Cabe ao médico não apenas identificar os quadros agudos de litíase, tratando as obstruções de trato urinário e infecções urinárias eventualmente presentes, mas também a identificação e o tratamento dos pacientes com distúrbios metabólicos associados à nefrolitíase de repetição.
Grandes avanços no manejo clínico e cirúrgico da nefrolitíase ocorreram desde a década de 1980, os quais serão aqui revisados.
2. DEFINIÇÕES
A nefrolitíase deve ser diferenciada de nefrocalcinose. Enquanto a primeira é caracterizada pela presença de cálculos no trato urinário, poupando o parênquima renal, a última caracteriza-se pela calcificação deste. Em algumas situações, litíase e nefrocalcinose podem coexistir, o que ocorre mais comumente na hiperoxalose primária, no hiperparatireoidismo primário e na acidose tubular renal (ATR) distal. 3. EPIDEMIOLOGIA
A nefrolitíase é uma das doenças mais comuns e não poupa regiões geográficas, raças ou grupos culturais. Apesar de sua ubiquidade, sua incidência varia fortemente entre diferentes regiões do mundo, a depender de fatores genéticos e ambientais.
A prevalência da doença calculosa renal é elevada, variando de 2 a 15% em todo o mundo. Nos Estados Unidos, é de 7 e 12% da população, na Europa, de 2 a 8%. Essa patologia ocorre mais comumente em homens (2:1) com idade entre 20 e 40 anos, mas pode também afetar indivíduos de qualquer idade, e os cálculos associados à infecção do trato urinário são mais frequentes em mulheres. Existe marcada diferença racial, sendo quatro vezes mais comum em pessoas brancas. A relação familiar dessa doença é nítida, comprometendo entre 40 a 60% dos familiares de primeiro grau.
A recorrência da litíase renal é frequente. Cerca de 50% dos pacientes apresentam um segundo