Leticia
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é a língua materna e natural dos brasileiros com surdez. Tal afirmativa nos atenta para o fato de que em outros países há outras línguas de sinais, muito diferentes da nossa, sendo necessária a presença de um tradutor e intérprete para mediar a comunicação entre pessoas com surdez da China e do Brasil, por exemplo.
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como toda língua de sinais, é uma língua de modalidade gestual-visual porque utiliza, como canal ou meio de comunicação, movimentos gestuais e expressões faciais que são percebidos pela visão para captar a mensagem e movimentos, principalmente das mãos, para transmiti-la; diferenciando-se da Língua Portuguesa, que é uma língua de modalidade oral-auditiva por utilizar, como canal ou meio de comunicação, sons articulados que são percebidos pelos ouvidos.
Esta língua, como todas as outras línguas sinalizadas, foi criada na comunidade surda e passada de geração em geração.
Se tiver a oportunidade de conviver com falantes de uma Língua de Sinais desde pequena, uma criança com surdez poderá aprender e desenvolver esta linguagem sem prejuízos, podendo-se equiparar o seu desenvolvimento ao de uma criança ouvinte, falante natural de uma língua oral-auditiva, como é o caso da Língua Portuguesa.
Estudos sobre as línguas de sinais datam desde 1960, quando Stokoe (1960) propôs uma análise linguística da American Sign Language (ASL) em seus aspectos estruturais básicos (fonológico, morfológico e sintático). Sendo assim, as línguas de sinais são como as línguas orais constituídas de gramática própria. Outras leituras sobre o tema podem ser feitas em outros estudos, pois o assunto é abordado com profundidade em trabalhos na área publicados especificamente sobre gramática da língua de sinais (Ferreira Brito, 1995; Felipe, 2001; Quadros&Karnopp, 2004).
Stokoe (1960) em suas pesquisas se empenhou em evidenciar a isormofia entre sinal e fala, valendo-se de