Ler E Escrever De Verdade
Tanto quanto a alfabetização, o letramento dos alunos é importante para a conquista da cidadania
Denise Pellegrini (dpellegrini@abril.com.br) Colaborou Fabiana Fevorini
Maria lê para os alunos: fartura de material garantiu que a turma se alfabetizasse no primeiro semestre
Foto: Gilvan Barreto
"Se a cartilha é um tipo de leitura tão bom, por que não há uma entre os livros de sua estante?" A pergunta, feita pela alfabetizadora Mariá Ferreira dos Santos a um pai que não concordava com a substituição do tradicional livro didático por textos variados, o deixou sem resposta. Parcialmente vencido, ele deu um voto de confiança à professora da Escola Estadual Almirante Barroso, em São Paulo. Meses depois, totalmente rendido, parabenizou-a agradecido por ter alfabetizado a filha tão rapidamente. Quando a história aconteceu, Mariá estava estreando essa metodologia de trabalho, mas já tinha plena consciência de que não basta ensinar os códigos de leitura e escrita, como relacionar os sons às letras. É preciso tornar os estudantes capazes de compreender o significado dessa aprendizagem, para usá-la no dia-a-dia de forma a atender às exigências da própria sociedade. Em outras palavras, promover o letramento.
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Hoje, nove anos depois, Mariá é especialista em transformar isso em realidade. Na sala de aula, o que não falta é material escrito. Livros, são mais de mil. Mas há também jornais, revistas, gibis, folhetos de propaganda, novenas, anúncios de cartomantes, receitas. Enfim, tudo o que possa servir para garantir que o primeiro tijolo da grande construção da cidadania fique bem assentado. "Enquanto ainda não sabem ler, leio tudo para as crianças", conta ela. O resultado desse esforço é visível. "No final do primeiro semestre,