Leptina: o diálogo entre adipócitos e neurônios
Neurônios
RESUMO
A descoberta da leptina trouxe consigo um interesse renovado sobre o estudo do controle homeostático da energia. Sabe-se agora que o tecido adiposo branco é o maior sítio de produção da leptina. Uma vez na circulação sangüínea ela se liga a receptores específicos no cérebro, levando ao sistema nervoso central um sinal de saciedade que reflete a quantidade existente de energia em forma de gordura no organismo. Agindo por intermédio de receptores que fazem uso da via JAK/SAT de transdução do sinal intracelular, a leptina modifica a expressão e a atividade de inúmeros peptídeos hipotalâmicos que regulam o apetite e o gasto de energia. Além disso, a leptina sinaliza o estado nutricional do organismo a outros sistemas fisiológicos, modulando a função de várias glândulas alvo. Mais recentemente, a leptina recombinante foi administrada com sucesso numa paciente obesa com deficiência do hormônio devido a uma mutação do gene ob. Por outro lado, os efeitos da leptina recombinante no único estudo em pacientes com obesidade e concentrações elevadas de leptina foram menos impressionantes. Nesta revisão, discutiremos a complexidade das ações da leptina com ênfase no seu papel integrativo de sinalizadora do estado nutricional para o organismo. (Arq Bras
Endocrinol Metab 2000;44/3: 205-14)
revisão
André B. Negrão
Julio Licinio
Clinical Neuroendocrinology Branch,
NIMH, NIH, Bethesda, USA (ABN);
UCLA, Department of Psychiatry and
Biobehavioral Sciences, Gonda Neuroscience and Genetics Research Center,
Los Angeles, USA (JL)
Unitermos: Gene ob; Tecido adiposo; Hipotálamo; Balanço energético;
Obesidade.
ABSTRACT
The discovery of leptin led to a renewed interest in the study of enegy homeostasis. It is now recognized that white adipose tissue is the major site of leptin synthesis. After it is secreted into the bloodstream leptin binds itself to specific receptors in the brain, providing