Lembro-me que já fui assim...
Lembro-me que já fui assim.
Nossa, a professora Márcia passou um trabalho muito chato sobre um tal de memorial, ela quer que eu fale sobre a minha vida escolar desde quando eu comecei a estudar. E eu lá me lembro do meu primeiro dia de aula?
Por onde começo? Eu não me lembro do primeiro dia de aula, será que eu posso escrever lembranças sobre o que já aconteceu comigo? Não sei, a professora quer algo sobre o meu futuro, será que o passado é tão importante? Bem espero que seja porque tenho mais coisa pra falar do passado do que do futuro.
Do primeiro dia não, mas tem um dia que não me sai da cabeça que foi quando eu não queria entrar na escola, lembro que eu fiz um escândalo, me segurei na grade, comecei a chorar e os funcionários da escola ficavam me puxando para dentro.
Também me vem à memória que eu não gostava de natação, eu fazia de tudo pra ficar na sala, já menti falando que não podia entrar na piscina, implorava aos meus pais pra não me deixar ir, isso tudo porque eu não sabia nadar.
Naquela época era tudo tão mais fácil, sem a preocupação de um dia ter que ir para a faculdade, sem a pressão de achar algo para fazer da vida. Eu era tão feliz, as professoras me amavam, mas também, quem não ama um puxa saco, coisa que posso perceber que sou até hoje.
Eu nunca gostei muito de ir para a escola, mas hoje em dia ficou até que divertido aprender, porque é como todo professor diz, qualquer aprendizado é bom, e eu concordo porque hoje eu posso conversar com minha família sobre coisas tão interessantes que aprendo, posso ajudar meu pai nas aulas de inglês e ele nas aulas de matemática.
Por falar no meu pai, esse é o cara quem mais me deu confiança nos primeiros dias de aula, no inicio do ano ele perguntava: “Pra que ano você vai Fê?”, e eu respondia: “Pro segundo pai”, então ele falava: “Ah, esse é o ano mais difícil de todos”. E esse discurso não foi só nesse ano