lagoa dos indios
Um dos lugares de referência para as comunidades negras do Amapá é a Lagoa dos Índios, que está presente na memória dos mais antigos como lugar de origem de alguns de seus descendentes. Localizada próxima à área urbana de Macapá, com acesso pela rodovia Duque de Caxias, a Lagoa dos Índios dá nome à comunidade remanescente de quilombo, que é tão antiga quanto à do Curiaú.
A Lagoa dos Índios é uma das muitas áreas úmidas do município de Macapá, denominada Ressaca. É uma área marcada pelo crescente e desordenado processo de crescimento urbano do estado do Amapá, ocorrido, principalmente, a partir das duas últimas décadas do século XX. Situada na bacia do igarapé da Fortaleza, a oeste do núcleo urbano de Macapá, próxima à fronteira com o município de Santana, essa área comporta uma comunidade que se considera remanescente de quilombo há mais de dois séculos.
Há, no território da Ressaca Lagoa dos Índios, o enfrentamento entre cultura tradicional e vetores da modernidade, o que tem implicado danos tanto para o ambiente como para a comunidade negra. Nesse território, o uso dos recursos naturais mudou de sentido, deixou de ser somente para a sobrevivência da comunidade, para converter-se em bem de usufruto econômico privado e construções de diversas ordens, demarcando, cada vez mais, o processo de invisibilidade expropriadora a que foi submetida a comunidade negra, desde o século XVIII (Bandeira, 1990).
Nesse sentido, quando se fala em meio ambiente deve-se levar em consideração que este não está atrelado ao ambiente físico, mas que é social e historicamente construído, abrangendo dessa forma vários aspectos dentro de seu conceito, tais como: meio ambiente natural – constituído de solo, água, flora e fauna; meio ambiente artificial – compreendido pelo espaço urbano e pelos equipamentos públicos; meio ambiente do trabalho – local onde os sujeitos realizam seus trabalhos; e, meio ambiente cultural – engloba o