Kuhn Bourdieu e Cardoso de Oliveira

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Vários autores abordaram que o modo e o grau de liberdade do fazer científico possui limitações advindas do paradigma utilizado no momento histórico, da comunidade científica a qual se pertence ou da metodologia de estudo social utilizada. Dessa forma, Kuhn, Bourdieu e Cardoso de Oliveira têm comparadas suas percepções da liberdade científica e seus elementos condicionantes.

Para Kuhn, a ciência feita por um determinado campo do conhecimento é produzida dentro do chamado grupo ou comunidade científica. Tal grupo compartilha uma mesma formação profissional, valores, conceitos, métodos de investigação e apresenta em seu meio julgamentos bastante cooperativistas. Assim, esse conjunto de normas de atuação de um grupo científico determinado constitui a sua matriz disciplinar ou paradigma. Em vista disso, o cientista estaria cerceado pelos limites conceituais de sua comunidade ou ciência “normal”. Com isso, o autor atribui grande influência social ao desenvolvimento da ciência, uma vez que o poder do paradigma em alta no momento dita as regras e direciona a pesquisa.
Assim como Kuhn, Bourdieu também ressalta a importância social no progresso científico (luta pela conquista do espaço). Esse autor elucida as interações entre o campo científico e outros campos. O campo científico se relaciona e sofre influências do campo político, social, cultural. Para Bourdieu a “vocação” de um estudante para uma determinada ciência não existe. Ele escolhe aquilo que já foi encaminhado a estudar devido à hierarquia social existente. Somente vai conseguir entrar para um campo científico consagrado aquele que estudou nas melhores escolas, instituições que possuem prestígio no nome. E essa estrutura se estende para as Universidades. Assim, esse autor afirma que o cientista busca acumular capital científico (reconhecimento). Dessa forma, pode-se afirmar que a delimitação do objeto de pesquisa está ligada diretamente com a busca por um status social ou a necessidade de regulamentar

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