kiss da morte
Em Santa Maria, o prefeito Cezar Schirmer e outros servidores municipais inicialmente citados pela Polícia Civil acabaram excluídos da lista – segundo o entendimento do Ministério Público, eles não tiveram responsabilidade direta na tragédia. Mas a conduta do poder público em relação às atividades de licenciamento e fiscalização ainda alimentam dúvidas. Os policiais trabalham em duas investigações, ambas com foco em acontecimentos anteriores ao incêndio.
Em algumas horas, os escombros e os relatos dos sobreviventes da boate Kiss conduziam a uma constatação inevitável: a morte de uma centena de jovens durante a madrugada – e as que, lamentavelmente, viriam em seguida – não foi uma fatalidade. Erros em sequência, negligência e omissão do poder público convergiram para que uma casa noturna de grande movimento operasse por tanto tempo com superlotação, sem área de escape, com materiais inadequados e uma atividade de alto risco, como é o uso de fogos de artifício em ambientes fechados. Os sinais de que a catástrofe foi construída pela mão do homem se confirmaram, e ganharam tons dramáticos, quando foi comprovada a causa da morte de grande parte das vítimas, o envenenamento por gás cianídrico – o cianeto, o mesmo usado nas câmaras de gás nazistas.
As provas e os pormenores do incêndio que matou 242 pessoas e traumatizou o Brasil estão reunidos em 13.000 páginas de um