Keynes
KEYNES:
A
CRÍTICA
AO
MODELO
CLÁSSICO
E
A
CRIAÇÃO
DA
MACROECONOMIA
BIELSCHOWSKY, Pablo 1
CUSTÓDIO, Marcos da Cunha 2
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Doutorando em Economia – UFF, Prof. da Escola Superior de Gestão e Tecnologia - UCB 2Mestrado em Economia
Empresarial –UCAM, Prof. da ESGT- UCB.
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INTRODUÇÃO
O debate sobre os agregados macroeconômicos remonta às origens da economia política. No entanto, a macroeconomia enquanto ramo específico da ciência econômica surge com a contribuição original de Keynes. Escrevendo em plena crise dos anos 1930, Keynes buscava compreender as causas do desemprego que assolava os países centrais. Segundo a teoria neoclássica tradicional, o desemprego seria criado pela recusa dos trabalhadores em vender sua força de trabalho, o que se chocava frontalmente com a realidade.
Após criticar a análise clássica do mercado de trabalho e a Lei de Say, Keynes argumenta que as decisões de produção determinam o nível de emprego, e que as expectativas de demanda no curto prazo determinam a decisão de produção. Em seguida, Keynes argumenta que a demanda corrente orienta as expectativas de curto prazo, e que a decisão de investimento determina a demanda corrente. Por fim, mostra como as expectativas de longo prazo determinam as decisões de investimento. Deste modo, as expectativas de longo prazo e de curto prazo determinam as decisões de investimento e de produção, que explicam o nível de emprego.
O presente artigo busca recuperar as principais contribuições de Keynes. A segunda seção apresenta o debate de Keynes com a economia clássica. A terceira seção apresenta os elementos centrais da “teoria geral do emprego, do juro e do dinheiro” de 1936. A quarta seção analisa a teoria da formação da carteira de ativos no contexto de uma economia monetária. Por fim, a quarta seção recupera as principais propostas de Keynes para a reformas do capitalismo,