A estrutura reificada da sociedade capitalista, de um lado, e os próprios condicionantes da prática social burguesa, de outro, operam como sérios obstáculos para que se deflagre o processo de ruptura da alienação, de fortalecimento da identidade profissional e de amadurecimento da consciência social. Por parte da burguesia, todo esforço é feito para impor o mundo das aparências, para petrificar as condições históricas, tornando-as imutáveis e inatingíveis, já por parte dos agentes, a prolongada convivência com as práticas conservadoras e as alianças historicamente construídas com a burguesia acabaram por naturalizar a prática do Serviço Social como uma prática burguesa, sempre subordinada à burguesia ou por ela determinada. O fato de ter operado com uma identidade atribuída pelo capitalismo, marcou historicamente o Serviço Social como uma profissão complementar a serviço de terceiros, representando permanentemente formas mistificadas de repressão e controle. O efeito dessa situação sobre a consciência crítica da categoria profissional e sobre seus projetos de prática foi bastante grave, para muitos agentes nada havia de misterioso ou contraditório em se autonomizar a prática do Serviço Social. Aderindo fortemente à profissão, esse fetiche chegava mesmo a desfigurá-la, transformando a história da prática do Serviço Social no Brasil numa história pontilhada de alienações e fetichismo, que, de acordo com os momentos conjunturais da realidade e da profissão, eram valorizados, desprezados, escondidos, enaltecidos, odiados, caindo portanto no jogo do claro-escuro da verdade-engano do mundo da pseudoconcreticidade. Nesse movimento de busca, que exige oposição, negação, a identidade atribuída do Serviço Social era questionada, revisitada pelos “agentes críticos”, revelando suas inconsistências, fragilidades e submissões à lógica instituída pela sociedade de classes. A consciência crítica dos agentes permitiam-lhes, nesse momento, apreender tanto a identidade do Serviço