Juininho

Júnior Lourenço Alves

(Horkheimer) A tecnologia e o progresso anulam a autonomia do ser humano?

Maceió-Al 21/11/2014
Júnior Lourenço Alves

Filosofia

Maceió-Al 21/11/2014
Tecnologia e progresso: dois pontos de vista da Teoria Crítica de Horkheimer.

A discussão sobre tecnologia feita pelos filósofos do Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt procura relacioná-la à sociedade e aos seus efeitos sobre os indivíduos. Sob esse aspecto, ela segue a mesma direção das considerações sobre arte e sociedade. Não se encontra a discussão da tecnologia tomada em si mesma. O desenvolvimento técnico/tecnológico é fato dado. O que muda é o direcionamento político dado à técnica e a sua utilização. O uso da técnica dita o rumo e o ritmo do progresso.

Inicialmente, gostaria de dizer que não faço distinção rigorosa entre os conceitos de técnica, tecnologia e progresso técnico. Em seguida, ressalto que a relação entre técnica e sociedade não foi a mesma para os diferentes autores do Instituto. A abordagem é praticamente oposta quando se comparam as ideias de Horkheimer e Marcuse sobre o tema. Começo por Horkheimer, considerando o percurso histórico de sua produção intelectual, já que ele apresenta, segundo creio, rupturas que implicam posicionamentos distintos sobre a relação entre ciência, tecnologia, progresso e sociedade. Em seus primeiros escritos parece haver um imbricamento dos termos uns com os outros. É o que se percebe, por exemplo, em “Observações sobre ciência e crise”, de 1932. O contexto da publicação deste opúsculo é o fim da República de Weimar e a chegada de Hitler ao poder. Sob influência de categorias marxistas, Horkheimer afirma que o desenvolvimento das forças produtivas seria responsável pela produção de riqueza. A ciência e a técnica fazem parte dessas forças produtivas e o desenvolvimento de ambas seria responsável por formas mais eficazes de dominação da natureza. Por outro lado, a abundância de