Editorial No processo da conquista da América pelos europeus, houve grande impacto entre suas culturas, pois os europeus, na intenção de melhor dominar as populações nativas do Novo Mundo, que em número era muito superior à européia, impôs a violência física, assim como a cultural. No caso da primeira, pode-se destacar o uso de armas superiores e mais resistentes, como as de aço e de fogo e o uso de animais, até então desconhecidos pelos ameríndios, como é o caso de cavalos e cachorros. Tudo isso causava estranhamento nos indígenas, que chegavam até acreditar serem homem e animal um mesmo ser. Além disso, suas crenças religiosas os faziam crer que os europeus eram enviados de seus deuses e por isso, muitas vezes, os nativos acabavam colaborando com os conquistadores. Vale ainda lembrar que um dos fatores que contribuiu para essa dominação dos europeus foi o fato de haver rivalidades entre os grupos indígenas da América, que acabavam ajudando os europeus. No que se refere à dominação cultural, destaca-se a cruz, principal símbolo católico da evangelização. A população nativa era composta de diversas tribos, ou seja, não havia homogeneidade entre suas crenças, mas todas elas foram, de forma desrespeitadora, substituída pelo cristianismo, sob domínio da Igreja Católica. Para que estes ameríndios fossem melhor dominados e evangelizados, os europeus se preocuparam em dominar as suas línguas, pois dessa maneira seria mais fácil convencê-los a servirem aos conquistadores. Porém, vale lembrar que houve resistência de muitas tribos. No caso destes, era utilizada a força das armas. Outra forma de dominação foi o que Ruggiero Romano chamou de “el hambre”, ou seja, a fome. Este termo resume bem todos os valores da cultura material que foram postas em causa pela conquista. Assim sendo, certa ordem de coisas foi colocada em questão: tudo foi mudado, os índios foram transferidos de “terras quentes” para as “terras frias”, já que foram afastados do meio natural, do