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Convulsões no período neonatal
Seizures in the neonatal period
Jaderson Costa da Costa, Magda Lahorgue Nunes, Renato Machado Fiori
J Pediatr (Rio J) 2001;77(Supl.1):s115s22
RESUMO
Objetivos: evidenciar características que diferenciam as convulsões neonatais de crises em outras faixas etárias, discutindo criticamente a literatura sobre este tema e a experiência profissional dos autores. Métodos: revisão da literatura atual e de artigos clássicos que contribuíram na compreensão de aspectos clínicos, neurofisiológicos e fisiopatológicos das convulsões neonatais.
Resultados: os autores apresentam características clínicas e eletrencefalográficas das crises neonatais, discutem as propostas de classificação, o manejo e o prognóstico.
Conclusão: as crises neonatais têm padrão clínico distinto, o que justifica a necessidade de uma classificação própria. A etiologia é predominantemente sintomática e multifatorial, o tratamento deve seguir uma rotina préestabelecida, e o prognóstico parece estar intimamente relacionado à etiologia. Introdução
Entre as patologias neurológicas mais freqüentes do período neonatal encontramse as crises convulsivas, cuja incidência varia entre 1,85/1.000 nascidos vivos(13). Os recémnascidos (RN) com desnutrição intrauterina parecem ser mais afetados(1). Em nossa experiência, aproximadamente 14% dos RN atendidos na UTI Neonatal do Hospital São Lucas da PUCRS apresentaram pelo menos um episódio clínico compatível com crise convulsiva(4). No período neonatal as convulsões podem estar relacionadas a diversos fatores etiológicos, que causam lesão permanente ou transitória do sistema nervoso central (SNC). Estes insultos podem ocorrer intra útero, ao nascimento ou no período pósnatal imediato. O prognóstico dos RN com crises convulsivas é muito variável. Em geral, metade dos casos evolui para óbito ou seqüelas graves, e a outra metade fica com seqüelas