Jorge amado

1843 palavras 8 páginas
"A obra de Jorge Amado nunca excitou a academia. Os críticos implacáveis, apontavam personagens caricaturais, vazias, enredos melodramáticos, com soluções sobrenaturais, apelando ao sincretismo religioso, para conflitos sociais concretos; conteúdo panfletário,machista, folclórico; linguagem popularesca,com pornografia gratuita; pano de fundo populista mais que socialista. Havia defesas veementes de Roger Bastide, Albert Camus, Jean Paul Sartre, Pablo Neruda, dentre outros. Para os estrangeiros, seus romances são uma espécie de carteira de identidade do Brasil. Jorge seria um simples contador de histórias, antiintelectual, criador de personagens que ganharam vida própria até em outros campos da arte. Não mediu esforços para chegar ás massas.O sucesso de público foi imediato. De certa forma Amado foi canonizado pelos leitores, acredita Eduardo de Assis Duarte autor de "Jorge Amado: Romance em tempo de Utopia "Ele colocou o povo como personagem para ganhá-lo como leitor para levá-lo a se identificar com as figuras e ações representadas em seus romances". Durante muito tempo J. Amado e Erico Veríssimo, politicamente opostos, foram os únicos escritores independentes do Brasil. Viveram da literatura e para ela, sem necessidade de servir ao Estado como funcionários públicos ou lidar com censuras e autocensuras"(Sergio Villas Boas).
JORGE AMADO E A LITERATURA DE COMBATE: DA LITERATURA
DE ENGAJADA À LITERATURA MILITANTE DE PARTIDO

A tomada do poder, sob iniciativa dos trabalhadores, camponeses e soldados, reacendeu as chamas de um futuro promissor. Após 1917, diversos artistas e literatos tornaram-se partidários da Revolução, com o intuito de falar as massas , uma possibilidade de superação dessa sociedade falida pela guerra e pela cobiça do capital. A transição do capitalismo para o socialismo seria a grande alternativa, sendo o proletariado o protagonista da transformação, o novo herói da humanidade. Para Eduardo de Assis Duarte, a figura do herói estava

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