Joao
o
Luís de Camões Os Lusíadas
Canto IV
D. Fernando morre, e a viúva D. Leonor quer a todo preço que sua filha Beatriz seja herdeira do trono. Porém, a fama de adúltera que a rainha tinha gera desconfiança de que Beatriz fosse filha legítima de D. Fernando, o que faz com que D. Leonor ponha Castela em guerra contra Portugal, de forma que os Lusitanos corriam o risco de perder a sua independência.
D. João (Joane), filho ilegítimo do falecido D. Fernando, decide juntar forças para defender Portugal. Ninguém crê na vitória portuguesa, mas Nuno Álvares, exímio guerreiro português, acredita em João e decide incentivar a população a tê-lo como rei. Aos poucos convence os lusitanos, que agora bramam: “– Viva o famoso rei que nos liberta!”. A guerra começa. Gama fala dos portugueses traidores que ficaram ao lado de Castela, muitos deles parentes dos que ali guerreavam por Portugal. A ofensa dos Portugueses de ter que matar seus parentes é menor do que a dos que estão do outro lado, pois lutam contra sua pátria e seu rei. “Que menos é querer matar o irmão/ Quem contra o rei e a Pátria se alevanta” (32).
Na guerra, D. João se porta como um verdadeiro rei e, enfim, “a sublime bandeira castelhana/ foi derribada aos pés da lusitana” (41). Depois de muitas conquistas e vitórias sobre os castelhanos, os vencedores dão aos vencidos paz, pois os reis inimigos (de Portugal e de Castela) casam-se ambos com “ilustríssimas inglesas”. D. João, “não tendo a quem vencer na terra/ vai cometer as ondas do Oceano” (48), dando inicio à atividade marítima em Portugal. Os filhos de D. João e D. Filipa de Lencastre ficaram conhecidos como “Ínclita Geração” (Duarte; Henrique, o navegador; Pedro; Isabel de Portugal; João; Fernando, o infante santo), pois cada um deixou uma marca importante na história de Portugal. “Ínclita geração, altos infantes”(50), diz Gama.
Com a morte do rei D.