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2166 palavras 9 páginas
Gerações: a evolução do pensamento jovem desde a década de 1950

Por Bernardo Figueiredo de Castro Ainbinder

Geração “Baby Boomer”, a Juventude Libertária

É difícil falar de uma atual conjuntura da juventude global sem compreender como foi consolidado os atuais paradigmas do que chamamos de “juventude” e como estes jovens conseguiram suas liberdades individuais e uma identidade coletiva. E, nesse sentido, pode-se destacar a década de 1960 como um divisor de águas.
Para que se compreenda a importância e a peculiaridade da referida década, é necessário destacar o fenômeno conhecido como “Baby Boom”. Este acontecimento, caracterizado por uma elevação anormal da taxa de nascimentos num determinado país, ocorreu de maneira notável, segundo o United States Census Bureau, entre 1946 e 1964 (seu pico foi em 1947) nos Estados Unidos. No entanto, o fenômeno não se restritingiu à América do Norte, e ocorreu tão intensamente quanto, ou mais, na Europa e outras regiões do globo.

Eventos impressionantemente irregulares como o supracitado decerto não passam despercebidos pelos governos, e a fim de evitar graves problemas que podem ser causados por essa alteração desproporcional na demografia nacional, os países sentiram a necessidade de criar políticas públicas para abarcar este novo contingente que estava por vir. “[...] Numa época de crescimento econômico e prosperidade, o maior problema enfrentado pelos Estados europeus não era como alimentar, vestir, abrigar e, afinal, empregar o número crescente de jovens, mas como educá-los.” (JUDT, 2007, p. 397).
É importante aqui ressaltar que até a década de 1950 as políticas públicas educacionais eram pífias, o que resultava num sistema educacional pouco acessível e quase exclusivamente elitizado. Na França, no ano de 1950, por exemplo, haviam apenas 32 mil bachliers (graduados do ensino médio) numa população total de quase 42 milhões 1. Aquele número aumentaria quase cinco vezes nas duas décadas seguintes.

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