Jazz
Nesse capítulo do livro “A História Social do Jazz”, Eric Hobsbawm narra a evolução do jazz desde os seus primórdios, da sua influência pelo blues, da música negra, do contexto social onde ele se manifestou e das suas várias fases. Veremos como as questões sociais influenciaram muito essas modificações. New Orleans, às margens do rio Mississipi, cidade portuária que no final do século XVIII e início do século XIX recebeu vários escravos vindos da África, assim como toda a região sul das colônias americanas, era uma panela onde se encontravam várias culturas. Nesse mix de costumes se dá o início do jazz. Os escravos trabalhadores de lavouras cantavam durante o serviço, as work songs e field hollers, que mostravam uma complexidade rítmica. Utilizava também o modo de pergunta e resposta, que será a característica do blues, estilo que é a alma do jazz. Essa música que crescia ali era carregada de sentimento, na maioria das vezes tristes, e trazia o improviso. Grandes cantoras surgiram nesse contexto, como Bessie Smith e Ma Rainey. Esse seria o blues clássico, que logo cairia em vozes urbanas. Com a revolução industrial e a abolição da escravatura houve um grande inchaço das cidades. Muitos negros que trabalhavam no campo agora estavam nas cidades em busca de oportunidade. As igrejas ganharam força por oferecer um tipo de grupo social para os negros nesse momento. O blues tomou conta das igrejas, e ás vezes os pastores em suas pregações passavam de palestrar para o cantar sem nem perceber. A partir daqui começamos a perceber a força do blues como fonte para criação de novos sons. O ragtime surgiu nesse momento onde havia a necessidade de entretenimento para essa população urbana. Influenciado pelo blues, mas com uma levada bem mais rápida e dançante e basicamente pianística, o ragtime rapidamente ganhou muita popularidade. Scoot Joplin é o grande nome dessa fase do jazz.
Misturado ás formas de banda militar, o ragtime em New