Investigando o processo de leitura na sala de aula de ILE: conceitos em xeque
CONCEITOS EM XEQUE
Luciana Leitão da Silva1
Resumo: A presente investigação procura levantar quais conceitos acerca do processo de leitura em inglês como língua estrangeira (ILE) fazem parte do repertório de sentidos de um determinado grupo de estudantes de língua inglesa participantes de um projeto de idiomas localizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Parto da visão dialógica de linguagem (Bakhtin, 2003), da visão de ensino-aprendizagem vygotskiana (1998) e da concepção de leitura como prática social (Soares, 2005), buscando co-construir conhecimento junto aos meus alunos sobre o processo de leitura. Os dados foram gerados a partir de observação-participante, entrevistas e gravações em áudio e procurei interpretá-los segundo a prática dos aprendizes. Os primeiros resultados gerados mostram que visões naturalizadas sobre como se dá o processo de construção do sentido de textos, no meu caso ILE, encontram-se arraigadas à prática de leitura dos alunos observados.
1) Introdução
Um novo espaço de comunicação se instaura, possibilitando às pessoas entrar em contato com uma grande diversidade de textos e seus respectivos discursos [CORACINI,
2005]. No entanto, o ensino de inglês como LE (língua estrangeira) em sala de aula de cursos de idiomas ainda prioriza o desenvolvimento da habilidade oral. A necessidade da leitura, entretanto, cresce cada vez mais.
A forma como a leitura vem sendo trabalhada não “favorece a prática dos alunos”
[GERVAIS, 2000, p. 35]. Isso ocorre porque, na maioria das salas de aula de inglês como LE
(ILE), o modelo de leitura que ainda norteia o ensino-aprendizagem da mesma se pauta no modelo de decodificação [LEFFA, 1999] no qual os professores acreditam que, para um aluno tornar-se um leitor competente em LE, ele deve se focar no vocabulário presente no texto, a fim de entendê-lo. O professor se torna o responsável por fornecer aos estudantes os termos