Introdução
Certeza é o resultado do que consideramos verdadeiro. O dogmatismo filosófico e o ceticismo são duas tendências que ajudam a entender as mudanças ao longo da história da filosofia.
• O dogmatismo:
Dogmatismo tem vários sentidos, dois deles são o sentido do senso comum e o sentido filosófico do termo citado.
a) Dogmatismo do senso comum
Significa as certezas não questionadas, aquelas que se supõe serem verdadeiras. Tudo ao seu redor muda e o dogmático continua pensando da mesma maneira, sendo assim prepotente e intransigente.
Quando atinge a política, esse dogmatismo nega outras formas de pensar e abre caminho para uma única doutrina que acaba levando à censura e repressão, como aconteceu na União Soviética e na Alemanha nazista.
b) Dogmatismo filosófico
O termo serve para identificar filósofos que pensavam que a certeza pode ser alcançada por meio da razão.
A influência de David Hume - que questionou a nossa capacidade de atingir certezas absolutas - foi decisiva para Kant, que em sua obra Crítica da razão pura, faz uma análise crítica definindo os limites e as possibilidades do conhecimento. Por esse motivo, a filosofia kantiana chama-se criticismo. Conclui que não conseguimos chegar, através da razão, às verdades além da física, como Deus, a alma, a liberdade.
Com isso em mente, para Kant, todos os filósofos anteriores a ele são dogmáticos, por não terem proposto a crítica do conhecimento.
• O ceticismo:
Nos casos mais radicais de ceticismo, o conhecimento é impossível. Nos casos moderados, o cético retarda temporariamente qualquer juízo ou permite somente uma única forma de conhecimento, identificando os extremos para a percepção da verdade. Alguns pensam que não devemos abandonar a busca da verdade, apesar de ser impossível encontrá-la.
De acordo com Górgias de Leontini, um filósofo sofista mestre da retória: não há Ser; se existisse algo, não poderíamos conhecê-lo; se o conhecêssemos, não poderíamos