INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO DAS ESTRADAS
À CONSTRUÇÃO
DAS ESTRADAS
1. A FUNÇÃO TRANSPORTE COMO NECESSIDADE SOCIAL
Dentre as demandas da espécie humana, habitualmente classificadas como primitivas ou derivadas, apenas a função sobrevivência pode ser admitida como absolutamente primitiva, manifestada em dois aspectos distintos, porém complementares: a sobrevivência do ser enquanto indivíduo - buscada pelo máximo prolongamento da existência, através da manutenção da energia vital e da proteção contra agentes predadores - e a sobrevivência enquanto espécie, realizada pela tentativa de perpetuação, via reprodução. Em especial, o desejo de estender seu tempo de vida leva o ser humano a necessitar de alimentação e abrigo, individual e coletivo, que se constituem em demandas derivadas de primeira ordem.
A produção do alimento, do vestuário e da habitação, daí decorrente, tem levado a espécie humana ao trabalho que exige, como condição prévia, a especialização via aprendizado.
Por conseqüência, as necessidades de moradia, educação e trabalho, aliadas à do lazer - exigência própria da espécie - se constituem em demandas básicas da sociedade.
A regra geral é que essas atividades estejam espacialmente dispersas, portanto condicionando à realização de deslocamento entre os locais onde se situam. Nasce, portanto a demanda pelo transporte, não só de pessoas, como ainda dos bens destinados a abastecê-las.
A ocorrência simultânea de necessidades de movimentação, expressas nas linhas de desejo de transporte, representam as exigências de deslocamento demandadas pela sociedade.
Por se constituir em um fenômeno grupal - com várias pessoas necessitando, a um mesmo tempo, realizar um determinado deslocamento - esta é uma demanda que deve ser satisfeita e atendida pela sociedade, aqui identificada como o somatório de diversos indivíduos, todos carentes da mesma necessidade. É, assim, desde tempos remotos, a carência pela função transporte resolvida pela sociedade, através do
Governo, entendido como o representante a