Introdução a um estudo de caso - corrupção
2 JUSTIFICATIVA
Desde o início da redemocratização brasileira em 1988, a questão da corrupção tem sido um tema em pauta a cada dia. A corrupção já levou a cassação do mandato de um presidente, de diversos legisladores (nos seus diversos níveis hierárquicos), no poder judiciário e no poder executivo de diversos municípios. Discorrer sobre o tema, muito mais do que uma questão de caráter científico, é uma ação de cidadania, para que tenhamos não apenas a retomada democrática, mas também a retomada moral. A incipiência de dados em relação ao tema, especialmente de dados estatísticos, assim como a impossibilidade de comparações com épocas anteriores, pois a publicidade da corrupção está diretamente ligada à eficiência dos órgãos de controle e com a vontade dos poderes em identificar e punir a corrupção, dificulta ao cidadão avaliar a evolução do nível de corrupção. É fato perceptível que nunca se denunciou nem se prendeu tanto no Brasil, em decorrência de atos de improbidade administrativa. Não apenas a falta de informações é um fator determinante para confundir o entendimento do cidadão em relação ao tema. O denuncismo dos meios de comunicação tem cooperado muito pouco para esclarecer o mau uso do dinheiro público. Segundo Formigli (2008, p 11) “A imensa maioria dos casos “denunciados” pela imprensa não passa de piada. São denúncias vazias. Em grande parte, ..., esses casos não resistiriam a uma apuração séria e
cuidadosa”. No mesmo artigo, o jornalista e assessor do ministro da Controladoria-Geral da União – CGU discorre sobre uma série de denúncias veiculadas na imprensa e que, de fato, não tinham nada de excepcional e eram gastos normais dos órgãos públicos. Neste contexto, nos vemos sem entender exatamente qual a dimensão da