introduçao
Ariano Suassuna (1927) nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 16 de junho de 1927. Filho de João Suassuna e Rita de Cássia Vilar, ficou órfão de pai, com três anos de idade. Durante a Revolução de 1930, por motivos políticos, seu pai foi assassinado. A família foi obrigada a mudar de cidade, foram para Taperoá, interior do Estado. Morou em Taperoá entre 1933 e 1937, onde iniciou seus estudos. Teve os primeiros contatos com a cultura regional assistindo uma apresentação de mamulengos e um desafio de viola.
Como os românticos, Ariano pratica uma literatura de alma nacionalista, com ênfase nos mitos, na tradição local e no legado espiritual. Ela se alinha, ainda, ao regionalismo dos anos 30, e a figuras emblemáticas como José Lins do Rego e Graciliano Ramos. Mas, ao optar por uma estética popular, Ariano relega a segundo plano a tradição literária e dá primazia aos folhetos de cordel, aos cantadores e aos ritos religiosos.
"O Auto da Compadecida" é uma peça de teatro, em forma de auto, em três atos escrita e em 1955 por Ariano Suassuna. Sua primeira encenação foi em 1956, em Recife, Pernambuco.
É uma comédia de tipo sacramental que põe em relevo problemas e situações peculiares da cultura do Nordeste do Brasil. Insere elementos da tradição da literatura de cordel, apresenta traços do barroco católico brasileiro, mistura cultura popular e tradição religiosa.
O título: Auto, significa teatro, gênero dramático. Compadecida é aquela que tem pena, compaixão diante da dor alheia. É uma referência à Nossa Senhora. Era comum apresentar nas peças os milagres de Nossa Senhora.
A história é contada em prosa. O cenário é o sertão da Paraíba, na cidade de Taperoá, contando as histórias e casos populares nordestinos. Com muito humor, o autor fala da miséria humana, da mesquinharia das pessoas, do racismo e da luta pelo poder. Revela os costumes regionais, o caráter religioso e católico dos cristãos e a amizade entre João Grilo e Chico.
O autor mostra um povo