INTRODU O Um Toque de Classicos
A reflexão sobre as origens e a natureza da vida social é quase tão antiga quanto a própria humanidade, mas a Sociologia, como um campo delimitado do saber científico, só emerge em meados do século 19 na Europa. Para melhor entender esse processo, é mister referir-se ao quadro das mudanças econômicas, políticas e sociais ocorridas principalmente a partir do século 16 e às correntes de pensamento que estabeleceram os alicerces da modernidade européia - o racionalismo, o empirismo e o iluminismo.1 A marca da Europa moderna foi, sem dúvida, a instabilidade, expressa na forma de crises nos diversos âmbitos da vida material, cultural e moral. Foi no cerne dessas dramáticas turbulências que nasceu a
Sociologia enquanto um modo de interpretação chamado a explicar o “caos” até certo ponto assustador em que a sociedade parecia haver-se tornado. Passemos a considerar, brevemente, algumas das dimensões sociais e intelectuais envolvidas nessa trajetória.
MUDANCAS RESULTANTES DA INDUSTRIALIZACÃO
1 Esta
introdução incorpora partes do artigo Sociologia, obra dos tempos modernos. 2 Com a queda do
Império Romano, em 410, começam a configurar-se os elementos que caracterizarão a chamada Idade
Média ou o período medieval, que se estende até o século 15. Aí se inicia o Renascimento, o nascimento da Modernidade.
As grandes transformações sociais não costumam acontecer de maneira súbita, sendo quase imperceptíveis para aqueles que nelas estão imersos. Mesmo os sistemas filosóficos e científicos inovadores entrelaçam-se a tal ponto com os que os antecedem que é difícil pensar em termos de rupturas radicais. Ainda assim, começara a despontar desde a
Renascença a consciência de que uma linha distintiva separava os novos tempos do que veio a se chamar Medievo.2 Mudanças na organização política e jurídica, nos modos de produzir e de comerciar exerciam um mútuo efeito multiplicador e geravam conflitos ideológicos e políticos de monta.
O avanço do capitalismo como modo de produção