Intervenção Urbana

Os outros points estão em bairros mais afastados do centro e são mais regionais, congregam apenas pichadores de determinadas regiões ou de determinados bairros. Quando um grupo de pichadores resolve criar um point regional, distribui convites para a sua inauguração no Point da Vergueiro. Estes points regionais são bastante efêmeros. Com a mesma velocidade que surgem também desaparecem, não costumam perdurar. O point que permanece como referência é o central, no caso, o da rua Vergueiro. Isto acontece porque este point central constitui-se em um espaço de troca entre pichadores de diversas localidades; é a partir dele que se constitui toda uma rede de sociabilidade, configurando um circuito da pichação na cidade.
O point principal nem sempre foi na rua Vergueiro. Até o final da década de 1990, ele situava-se na Ladeira da Memória, ao lado da estação Anhangabaú do metrô, e os encontros aconteciam às sextas-feiras. Este famoso point de pichadores na cidade foi desarticulado por causa do projeto da Prefeitura de São Paulo de “limpar” e restaurar os monumentos da Ladeira – que estavam “sujos”, inteiramente pichados. Uma das primeiras iniciativas do poder público municipal foi colocar a Guarda Civil Metropolitana para vigiar o local, impedindo novas pichações e a concentração dos pichadores. Em matéria de 26 de Fevereiro de 2000, publicada no jornal O Estado de São Paulo, alguns pichadores, que se reuniam, na ocasião, numa rua próxima à Ladeira da Memória, revelaram a intenção de criar um novo point com as características daquele:

Segundo alguns deles, sexta-feira ainda vai continuar o dia tradicional de encontro dos pichadores. Mas o ponto deve mudar. "A polícia tá embaçando muito na ladeira", disse Celo, do grupo Infernais, descendo as escadarias agitando uma latinha de cerveja como quem balança uma lata de tinta spray só para provocar. "A gente muda e pronto", afirmou o office-boy, visivelmente chateado por perder o ponto que freqüenta desde os 12 anos (agora