intersujetividade

No princípio era o Logos, e o Logos estava com Deus, e o Logos era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Tudo foi feito por ele e sem ele nada foi feito.
O que foi feito nele era a vida e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha na treva e a treva não a apreendeu.
Era a luz verdadeira que, ao vir ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo, o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
Veio para os seus, e os seus não o receberam.
Mas a quantos o receberam deu‑lhes o poder de serem filhos de Deus, aos que acreditam no seu nome, os quais foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
O Logos fez‑se carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, glória como Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.

O Logos, apresentado no poema, está completamente integrado no devir da história da humanidade e é descrito como sendo aquele que a realiza. O Logos sem se fundir com Deus, vive em Deus como uma realidade una, dinâmica e vital. O Logos estava e está com Deus em perfeita relação de vida, não é separado de Deus, não é outro deus nem outra divindade. O Logos era e é a perfeita relação de unidade em Deus. Assim, o Logos existe em Deus como sujeito perfeito sujeito, ou seja, o Logos é o sujeito na relação perfeita Tu a Tu em Deus, sem ser objeto nem complemento de nada. O Logos, sendo um em Deus, é a vida comunicada, é a luz sempre criadora.
Tanto assim que poema não nos diz o que é o Logos, mas sim como é o Logos, pois acerca dele não reflete nem teoriza, dá-nos, sim, a conhecer o Logos na sua relação de vida, a qual se manifesta na medida em que é acolhida.
Através da imagem da luz, o poema revela-nos o modo de ser e de se comunicar do Logos, ou seja, ele é o domínio total sobre a treva e, ao mesmo tempo, o poder que realiza todas as realidades dispostas a viver dele.
A treva é a antagonista da realização do homem. Porém, a luz venceu a treva e, assim, o