Inteligencia artificial
João de Fernandes Teixeira
INTRODUÇÃO
Conta uma velha anedota que uma vez um famoso teólogo da idade Média foi visitar o rei Alberto, o Grande. Quando chegou ao palácio real foi recebido por um boneco mecânico que se encarregou de abrir-lhe a porta e fazer-lhe as mesuras de um autêntico mordomo. Indignado, o teólogo não resistiu aos seus impulsos e estraçalhou o boneco mecânico. Esta anedota – talvez verdadeira, quem sabe – pode nos ajudar a dar um primeiro passo para entendermos o que seja a Inteligência Artificial. A expressão “Inteligência Artificial” soa de maneira assustadora, e talvez muitos de nós reagíssemos como o teólogo em sua indignação ao ver que uma máquina pode fazer aquilo que achamos ser uma exclusividade do gênero humano: pensar e agir racionalmente, executando tarefas para as quais se supõe que a inteligência seja necessária. Talvez muitos já tenham ouvido falar de projetos mirabolantes, como a construção de “cérebros eletrônicos” que seriam ligados na tomada e teriam “pensamentos” iguais aos nossos, ou até mesmo poderiam comunicar-se conosco, falando normalmente. O que muitos de nós não sabem, entretanto, é que a idéia de se criar algo parecido com “máquinas pensantes” ou uma inteligência artificial paralela à nossa é hoje um projeto no qual trabalham cientistas de várias partes do mundo. Esses cientistas trabalham em várias áreas do conhecimento humano: lingüística, psicologia, filosofia, ciência da computação etc. O que os reúne é, entretanto uma característica comum: a idéia de que é possível criar “máquinas pensantes” e que o caminho para isso é o estudo e a elaboração de sofisticados programas de computador.
2 Para os pesquisadores da Inteligência Artificial (que daqui por diante abreviaremos IA) a mente humana funciona como um computador, e por isso o estudo dos programas computacionais é a chave para se compreender alguma coisa acerca de nossas atividades mentais. Podemos construir programas