Infância e poder, trabalho de Gabriela Silveira
Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008
Infância e poder: Marcas das relações de gênero na escola
Gabriela Silveira Meireles (Universidade Federal de Juiz de Fora/MG)
Infância; Poder; Relações de Gênero
ST 10 - Educação Infantil e Relações de Gênero
Este trabalho é fruto da minha vontade de olhar para a escola e para as relações que nela as crianças estabelecem, na tentativa de questionar os lugares nos quais cada sujeito vai se constituindo. Considerando que a escola veio assumindo um tipo de configuração específica que utiliza a disciplina como instrumento para orientar a conduta das crianças no sentido de manterem a ordem e serem produtivas, pergunto-me a respeito dos modos como elas passam a se ver diante disso que as direciona.
A realização desta pesquisa, desenvolvida em uma escola pública na cidade de Juiz de
Fora/MG com crianças de 4 e 5 anos de idade, se justifica pela necessidade de problematizar os saberes construídos sobre as crianças e os lugares a elas destinados nas práticas educativas a partir de uma dimensão inovadora – o estudo das relações de poder entre as próprias crianças. A idéia é perceber em que medida seus discursos, seus gestos, suas brincadeiras, suas atitudes vão legitimando ou desestabilizando estas construções e interferindo na maneira como cada criança vai se produzindo nestas relações. Desse modo, as relações entre adultos e crianças e das crianças com elas mesmas também são analisadas à medida que se fazem presentes nas relações entre as crianças e interferem na constituição dos seus modos de ser e de agir diante dos colegas.
Partindo deste desejo de conhecer alguns modos de as crianças irem se posicionando nas relações de poder por elas/com elas estabelecidas, foi surgindo a questão que orientou este trabalho:
O que as relações de poder entre as crianças nos revelam a respeito das configurações que a infância pode assumir a partir das práticas discursivas e