Informatica e matematica
Afinal, concordando com Laborde e Laborde (1991) a respeito dos programas do tipo micro-mundo, particularmente em uma análise conjunta sobre o ambiente Logo e o programa Cabri, "assistimos a um simples deslocamento dos problemas". Os autores concluem que "a simples virtude de encorajar uma atividade exploratória não é suficiente para modificar o sistema de conhecimentos do usuário". E ainda, a respeito do Logo, que "em toda utilização do Logo a escolha dos problemas depende do professor e somente os ‘bons’ professores obtêm ´‘bons’ resultados" (p.234). Portanto, além de uma ontologia da interface, certamente ilusória, como procuramos desenvolver, onde são analisados aspectos do conhecimento estritamente relacionados ao meio, estão as questões diretamente relacionadas com o uso.
Outra ilusão diz respeito ao próprio computador. Isto porque todo recurso informatizado tem um aspecto enganador. Aspectos como mobilidade, espaços virtuais, tempo real, são ilusórios, pois ocultam o investimento e o custo operacional, técnico, cognitivo – enfim, humano –, em jogo para que um programa apresente estas capacidades. No caso do Cabri – e trata-se certamente de um pequeno exemplo –, o que significa deslocar figuras em tempo real? Como é possível armazenar uma informação em macros? Essas questões, relativas à programação, parecem importantes do ponto de vista da aprendizagem, pois envolvem o contexto de criação do programa com suas respectivas implicações. Além disso, aprender como é possível, por exemplo, manter propriedades geométricas apesar dos deslocamentos pode ser tão ou mais importante que manipulá-las através de uma aparente transparência. Mas não é exatamente o aspecto enganador dos programas que revela sua inteligência? E será a inteligência de uma máquina hoje e sempre uma mera ilusão?
Finalmente, a ilusão da ilusão. Estamos num contexto,