informatica para porteiros
Apesar de exercerem uma função de extrema responsabilidade, profissionais da área ainda resistem a buscar qualificação.Cerca de oito anos atrás, logo que entrei para a faculdade, fui morar em um condomínio em São Paulo que era habitado basicamente por estudantes. Certa tarde, quando estava em meu quarto sem nada para fazer, ouvi alguém bater à porta. Uma amiga minha, que nunca havia me visitado naquele lugar (sequer sabia em qual apartamento eu morava), aguardava no corredor com um embrulho nas mãos. “O porteiro pediu para que trouxesse para você. Foi sua mãe quem mandou pelos Correios”, explicou ela. Meio perplexo com aquela situação - afinal, minha privacidade acabara de ser revirada -, nem fiz caso e até achei engraçado. Pensando bem, o “tiozinho” da portaria até que era um sujeito bacana (meio intrometido, é verdade), que sempre me dizia “bom dia”, “boa tarde” e “como vai”. Quem importa se, nos dois minutos em que esteve de conversa com minha amiga, ele tenha devassado minha intimidade? “Ele me falou que eu havia dado sorte de te encontrar aqui hoje, pois em geral você costuma sair para ir à aula nesse horário, depois volta para jantar...”, disse minha amiga.Profissionais como o’ tiozinho’ de meu antigo prédio estão se tornando figuras cada vez mais raras nos prédios e condomínios (e mesmo nas empresas). Cientes de que as funções do porteiro estão além do ato de abrir e fechar portas e portões, as empresas que atuam no mercado têm priorizado cada vez mais os profissionais capacitados na hora da contratação. Ser “gente boa” deixou de ser o único requisito para quem deseja atuar na área. “A profissão de porteiro passou por uma grande evolução nos últimos anos. Não que antes ela tivesse sido simples. Só que, no passado, muita gente achava que a atividade se limitava ao controle de quem entra e quem sai do edifício”, afirma Cristiane de Oliveira Alves, analista de seleção e treinamento de uma empresa bauruense administradora