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T. Kuhn constitui um marco importante na perspetiva do desenvolvimento científico na medida em que se opõe a uma concepção de ciência explicativa. Neste sentido, Kuhn vai tentar desenvolver as suas teorias epistemológicas num contacto mais estreito com a história das ciências.
Kuhn apercebe-se que, de facto, as explicações tradicionais da ciência, o indutivismo, o falsificacionismo, não resistem à evidência histórica.
O aspeto mais importante da sua teoria reside na ênfase dado ao carácter revolucionário do próprio progresso científico. Este dá-se, segundo Kuhn, mediante saltos e não numa linha contínua. Neste sentido, a forma como Kuhn vê o progresso científico implica a abordagem de alguns conceitos fundamentais: "paradigma", "ciência normal", "anomalia”, e "revolução".
A fase que precede a formação da ciência é caracterizada por toda uma atividade diversa e por toda uma desorganização que só mediante a adoção de um paradigma se estrutura. O paradigma será assim uma estrutura mental assumida que serve para classificar o real antes do estudo ou investigação mais profunda, o que comporta elementos de natureza metodológico-científica, mas também metafísica, psicológica, etc. O que Kuhn designa de ciência normal será o período em que se atua dentro de um dado paradigma que é perfilhado por uma comunidade científica. Os cientistas avançam, neste período, dentro dos problemas que o paradigma assumido permite detetar. Ao fazerem-no, experimentam dificuldades ou problemas que, por vezes, o paradigma não consegue resolver, as chamadas "anomalias". Quando estas ultrapassam o controle, instala-se uma crise que só será resolvida pela emergência de um novo paradigma. É chegada então a revolução científica: muda-se a forma de olhar o real, criam-se novos paradigmas. A adoção de um novo paradigma, a nível individual, é descrita por Kuhn como uma espécie de "conversão" que envolve todo um possível conjunto de razões. Após a adoção de um novo paradigma