1 INTRODUÇÃO No início do séc. XX, o médico patologista inglês Wiliam Hunter questionou a forma como os dentistas de sua época tratavam os focos de infecção oral, levando-o a propor extrações seriadas como a forma mais eficaz de prevenção de doenças sistêmicas como: endocardite bacteriana, atrite reumatóide, nefrite, abscesso hepático, abscesso cerebral. Por muitas décadas, discutiu-se a eficácia e a eficiência do tratamento endodôntico na eliminação dos reservatórios de bactérias causadoras destas patologias. As bactérias encontradas nestes focos orais acessam a corrente sangüínea principalmente durante a manipulação odontológica (exodontias; colocação de implantes e reimplantação de dentes; procedimentos periodontais cirúrgicos e não-cirúrgicos; instrumentação endodôntica além do ápice radicular ou cirurgia endodôntica; colocação inicial de bandas ortodônticas e etc.), ocasionando um processo denominado bacteremia. Tais bacteremias quando decorrem de procedimentos odontológicos invasivos, podem originar riscos reais para a saúde de pacientes propensos a desenvolver infecção bacteriana. Indivíduos com baixa imunidade, idade avançada ou com algum comprometimento específico, tal como, presença de válvulas cardíacas, tornam-se vulneráveis a aquisição de doenças sistêmicas através da migração bacteriana. Com o passar dos anos, estudos mostraram que a bacteremia causada por procedimentos endodônticos eram ínfimas, quando comparadas com outros procedimentos odontológicos, como extrações dentárias e periodontais, sugerindo que a endodontia era viável na prevenção desta enfermidade. A institucionalização da Endodontia como especialidade odontológica em meados da década de 60 possibilitou a sua organização e evolução, reafirmando sua importância e respeito perante a comunidade científica. Uma explosão de novas técnicas, novos materiais, novos equipamentos. A tecnologia hoje permite um controle do tratamento endodôntico de tal maneira que se