Individualismo
Seja nas entranhas do cristianismo, na ambição do homem renascentista ou na auto afirmação do homem moderno, o individualismo traz em si uma posição particular diante do sistema em que o mesmo está inserido. Em seu ensaio acerca da gênese do individualismo, Dumont faz uma volta ao passado e busca nos primórdios cristãos o que viria a ser o individualismo moderno. Porém, Dumont diz: “ ...algo do individualismo moderno está presente nos primeiros cristão e no mundo que os cerca, mas não se trata do individualismo que nos é familiar” (1985, p. 36).
Sob os auspícios da Igreja, ligada diretamente ao Estado, é que se caracterizava as sociedades dos primeiros séculos do cristianismo.Elas se estabeleciam por uma ideologia holista, onde o valor se encontrava na sociedade como um todo. Sendo aquele indivíduo que não se estabelecia sob este sistema, e buscava autonomia e independência, considerado como “indivíduo fora do mundo”, ou “renunciante”. Ou seja, o indivíduo que buscava um valor supremo em si mesmo, se distanciava do mundo social como condição necessária para o desenvolvimento espiritual individual. Este indivíduo, o “renunciante”, estaria fora e acima da organização social dada. Pois,
“o valor infinito do indivíduo é, ao mesmo tempo, o aviltamento, a desvalorização do mundo tal como existe” (DUMONT, 1985, p. 43).
Partindo de outra época (a Renascença), Simmel discorreu algumas reflexões sobre o “indivíduo e a liberdade”. No período renascentista o indivíduo buscava a singularidade, auto responsabilidade, a liberdade, ou seja, a individualidade. Todos estes conceitos fizeram parte da construção do que viria a ser o individualismo moderno. Marcado pelo grande desenvolvimento pessoal, o homem renascentista, em um primeiro momento, buscava enfatizar sua própria singularidade. Neste sentido, “o individualismo se manifesta como uma busca de distinção” (SIMMEL,1998, p. 110). Ou seja, necessidade de se impor