India
I – Introdução: aspectos geográficos, sociais e geopolíticos
Por muito tempo, na época do chamado milagre brasileiro na década de 1970, quando a economia nacional crescia a taxas anuais superiores a 7%, aliás como já ocorrera no país no período pós-Segunda Guerra Mundial, costumava-se usar o epíteto de “Belíndia” para o Brasil, que conteria no seu território uma pequena Bélgica desenvolvida e uma grande Índia por se desenvolver. A Índia se tornou agora, após a China, o segundo mais importante dos grandes países emergentes, entre os quais se inclui o Brasil. Uma razão é a elevada taxa de crescimento econômico indiana logo abaixo da chinesa. Tal como o Brasil tem como uma característica geográfica marcante a maior floresta tropical do mundo, a floresta Amazônica, o Himalaia destaca-se, na região da fronteira indiana com o Nepal, pois é a cadeia de montanhas mais elevada do planeta. Faz uma separação entre o restante da Ásia e a Índia, que se estende por uma planície com solos férteis e rios caudalosos, sendo o Ganges o mais simbólico, como o Amazonas no Brasil, embora socialmente tenha um papel que se assemelhe mais ao do São Francisco. Desde logo devemos destacar diferenças também no campo da geografia humana. Enquanto a população brasileira é cerca de 180 milhões, a Índia tem 1,04 bilhões (2004) de habitantes e é, depois da China, o segundo país mais populoso do mundo, cerca de 6 vezes maior que o Brasil. Ao contrário do Brasil, onde, excluídas as línguas indígenas, o idioma é o português, a Índia tem 16 idiomas oficiais, cada um deles falado por pelo menos milhão de pessoas, destacando-se o hindi e o inglês. Este último é muito difundido, o que dá uma vantagem comparativa à