Incidenica de mortalidade materna

2260 palavras 10 páginas
INTRODUÇÃO

Define-se morte materna como a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devidas a causas acidentais ou incidentais (CID 10ª revisão, 1997).

Esta definição tem sido questionada nos últimos anos, tendo em vista a evolução tecnológica que a Medicina sofreu, e a possibilidade de se manter uma pessoa viva além desses 42 dias. A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia – FIGO faz a seguinte recomendação com relação à definição de morte materna: seriam “todas as mortes, independentemente da causa, que ocorram até 42 dias após o término da gestação, e todas as mortes em que tenha sido possível identificar como desencadeante da causa o processo gestacional, até um ano pós-parto.”(Costa et al apud FIGO, 2002, p. 455)

No Brasil, as estatísticas sobre a mortalidade materna são pouco confiáveis (LAURENTI et al, 2000), e os motivos são variados. Dentre eles, encontramos incorreções técnicas na certificação médica dos óbitos e, somando-se a estas, a má qualidade dos registros institucionais (prontuários hospitalares e ambulatoriais) sobre a assistência; a existência, em algumas localidades, de cemitérios clandestinos e a incriminação do aborto (RODRIGUES, 2003 apud SIQUEIRA, 1991). A literatura mostra a insuficiência de dados sobre a real magnitude e circunstâncias que envolvem a mortalidade materna, sendo este um fenômeno universal presente tanto em países desenvolvidos (RODRIGUES, 2003 apud BREART, 1994; HIBBARD et al, 1994; KOONIN et al, 1988) quanto nos países em desenvolvimento (Ver figura 1, a seguir). Fonte: Relatório da Situação Mundial da Infância – UNICEF, 2000. Figura 1- Risco de morte para dar a luz, 2002.

Devido a um desfavorável contexto sócio-econômico, países como o Brasil,

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