Imunologia basica

Até que ponto uma sociedade tão seletiva é boa? Até que ponto saber o período provável da própria morte e as possíveis doenças que serão desencadeadas? Sabe-se que o ser humano naturalmente passa a valorizar mais as coisas quando se aproxima do fim; assim, esse conhecimento sobre o futuro, tal como o dia da morte, pode ter conseqüências inimagináveis. A morte não é aceita tão naturalmente assim, o ser deve passar por uma série de fases como negação, raiva, negociação, depressão e aceitação; o saber antecipado da morte e das doenças, como propostas no filme, já no nascimento, pode não ser benéfico, levando a um sofrimento antecipado, levando o cidadão a deixar de viver a própria vida já que se sabe a data do fim; por outro lado, pode levar o cidadão a aproveitar mais a vida, a dar valor nos simples momentos. Isso depende de como o indivíduo encara a morte desde criança.
No filme, Jerome, antes um nadador premiado, ficou preso a uma cadeira de rodas após uma tentativa de suicídio, talvez por não agüentar as pressões que tinha em sua vida (vale lembrar que quem tenta um suicídio tem 30% a mais de chances de repetir do que quem nunca tentou). Porém, com o suicídio falho, Jerome perdeu seu valor diante à sociedade, já que o valor à vida está diretamente ligado ao valor de produção. Jerome não estava mais apto a nadar, talvez tenha se tornado um peso para a sociedade, apesar de ser um “válido”, logo, decidiu vivenciar o sonho de Vincent, um “filho de Deus”, que gostaria de ir até o espaço, entretanto, isso não era possível, pois estava condenado por seu genoma a ser um eterno “inválido”. Por meio dos dois personagens, observa-se que Vincent vivia infeliz por ser um inválido, enquanto Jerome era um válido e não tinha a felicidade; chega-se a conclusão que a perfeição não é sinônima de felicidade e sucesso.
Jerome passa a viver o sonho de Vincent, fornecendo-lhe sangue, urina, resquícios de DNA; fazendo coletas freqüentes; enquanto Vincent vivia fazendo esfoliações para